agora estou na beira do penhasco e não vou voar como o sublime bicho estratosférico brilhante de plumas esmeraldas tentativos braços apenas eu baço de nenhuma asa debruçado sobre o vidro de água e em baixo os corredores, dispostos à partida em músculos compactos, e deles o mais jovem (vestido de improváveis azagaias) exclama: é esta a fonte do trovão!, e aponta um buraco azul mudo nas paredes da pedra. por fora de mim regresso ao som silencioso da cidade onde todos os rostos são o papel com linhas de inventário e as patas dos homens pousam na larga secretária e ficam, em relevo, caminhando no sangue. e eu queria para ti, uma cidade sem mistério, o gelo transparente onde mergulha a imagem dos corredores, lançados no velocíssimo sossego sem repouso das palavras trocadas, das bocas e dos braços misturados pela luz, que é uma areia movediça, este saber de nós sem ócio e sem negócio, iguais às portas do trovão, onde o mais sábio se lança nu compacto deus do fogo e ri António Franco Alexandre