Culpa sem tempo
Não se sequestra o mar, como se
sequestra o céu? Línguas de fogo
erguem-se sobre as cabeças, esta ceia
sacia-nos, como se sequestra a fome do mundo?
Esta é a noite ilegítima, em que a insónia contempla
uma culpa sem tempo, esta culpa perdida.
Como se sequestra a luz que há no espírito, a dor
pela treva irremissível?
Amadeu Baptista
Publicado em 6 de Novembro de 2008