Quando por fim voltares, traz no olhar a nesga de areal onde algum dia te encontrei entre a espuma e a maresia, passeando a surpresa de haver mar. Traz também nos cabelos o luar e deixa que o veneno da poesia nos envenene aos dois em sintonia, como exige o mistério do lugar. Talvez assim eu possa finalmente segredar-te as palavras que não soube dizer-te no momento em que te vi pela primeira vez e, de repente, o mundo foi tão grande que não coube na minha voz e logo emudeci. Torquato da Luz