Neste dia meu amor os meus dedos são o candelabro que te ilumina o único existente. E o homem sua esfera perdida em mãos alheias é o objecto de malabarismo o insecto voltejando cega a luz que lhe irradiam o límpido cristal corrompido o defunto. E este patíbulo onde o próprio carrasco se enforcará eu o digo será erguido como símbolo de todos os homens. Aqui a hora vai sendo longínqua meu amor e solene. O caminho é grande o tempo tão pouco tenhamos muita esperança e muito ódio e vítreas flores a ornar o teu cabelo porque serei o homem para as transportar e tu a última mulher que as aceitará. E enquanto assim for erguer-se-á a nuvem de múltiplas estrelas a nebulosa que dizem estar a milhões de anos-luz mas não acreditemos bem o sabes porque em verdade a temos em nossas próprias mãos oculta para a contemplarmos agora. Carlos Eurico da Costa