Teia e teares
Acredito em desvios por onde barcos
singram terras não navegáveis. Sonhos
reafirmados no acordar. O acorde surdo
do instrumento. Peço perdão amada
pela contingência crepuscular da vida
desviada: hora repartida e a solidão
ao contemplar o grito ensurdecedor
da opinião desfiada. Teia e teares.
Teço amada o necessário
à tragédia. Da calçada complementar
com que a rua se divide acorro ao sóbrio
estar consigo. Amada, procuro creditar
ao sorriso a necessidade de alucinar estrelas
sobre os ombros. Brincos e colares. Você.
Pedro Du Bois
Publicado em 23 de Dezembro de 2008