E Amor perdura
A noite é negro-azul furada pelos
Brilhos finos e límpidos dos astros.
Círios, cristais, pórfiros, alabastros
Sons de violinos e de violoncelos.
Em suas paredes sobem setestrelos
Buscando, fascinado, nos seus rastros
Além das luzes rubras de altos mastros
Segue este amor, dos mais puros e belos...
Mais tarde, o amor apaga todos os brilhos,
Sopra forte e tenaz, navega os trilhos
Dos prédios, ondulando as doces águas.
E Amor perdura, e clara imagem cresce
Na ventania que não arrefece
Na noite negro-azul, pura e sem mágoas...
Áureo Mello
Publicado em 1 de Janeiro de 2009