Não esqueces nem lembras; apenas sorris, ausente. Junto da nuvem o rosto, tão perto do mais alto monte a branca sede tua. Morreste sob a água, sob a nudez desfeita do tempo. Que lábios colheram o inviolável de tua mão? Sozinha navegas na areia das luas ou, sem paixão, cavalgas por entre o orvalho das estrelas. Ó tranquila! Não mais a flor prenderá os estios nem o coração desenhará o seu sangue no tronco jovem da alegria. O silêncio era mais belo quando reclinávamos as cabeças sobre o leve rio. António José Maldonado