Junto da Nuvem o Teu Rosto
Não esqueces nem lembras;
apenas sorris, ausente.
Junto da nuvem o rosto,
tão perto do mais alto monte a branca
sede tua.
Morreste sob a água, sob a nudez desfeita
do tempo.
Que lábios colheram o inviolável de tua mão?
Sozinha navegas na areia das luas
ou, sem paixão, cavalgas por entre o orvalho
das estrelas.
Ó tranquila!
Não mais a flor prenderá os estios
nem o coração desenhará o seu sangue
no tronco jovem da alegria.
O silêncio era mais belo quando
reclinávamos as cabeças sobre o leve rio.
António José Maldonado
Publicado em 19 de Janeiro de 2009