Poema do Conflito Eterno II
É um andar sem descanso
na vereda estreita
sinuosa
e comprida
dos anos que eu vim desde o ser como fora
até o dia em que estou sendo o que sou agora.
Não há praias à vista
nem montanhas
nem portos
e as rochas do caminho desgastadas de vento
de tempo
e desencanto
desgastadas da chuva de um oculto pranto
que ninguém assistiu mas que eu chorei e choro
são polidas e frias
e tem os cantos mortos.
Augusto Severo Netto
Publicado em 5 de Janeiro de 2009