Poema do Conflito Eterno III
Sonhei-me girassol
crisântemo
azaléia
e fecundei-me espinho
parasita
e cardo
Talvez por isso ardo
e me esbato
e me evolo
à luz de gambiarras que iluminam o palco de
passadas comédias
onde estão encenando um drama diferente
de quase não querer
de descrença
apatia
onde se escuta ainda o ressoar distante
dos tambores que deram o rítmo de outrora
cadenciando os passos de ter sido um dia
E eu sigo sonhando
Anseio nebulosas
estrelas
promontórios
adro de catedrais
sinfonias
aquários
canções de acalanto
arco-íris
e lagos.
Augusto Severo Netto
Publicado em 6 de Janeiro de 2009