O bom guerreiro haverá de deixar manipular seu todo nos dois sentidos, numa guerra em que não há vencedores nem vencidos, em que perder é o ganhar de quem exerce o poder, trocando assim os papéis do que toca o instrumento, pois cada instante há de ser ora tinta ora pincéis. Há de ser cada momento um dar e obter tão louco que o perdedor ganha tudo e o ganhador perde pouco: tudo é dito em instante mudo. O guerreiro entrega a espada a quem o vence e deseja, assim termina a peleja onde perder vale nada e onde vencer é depor, onde quem empurra abraça, onde o exausto perdedor poderá erguer a taça, onde o terreno ocupado é entregue ao usurpador, é espaço dado e tomado em nome e em função do amor. Ana Maria Almeida Xavier