Sentimentos fogem São flutuantes coloridos nos lábios do vento Amarre teu sentir ao meu com fio sólido Não permita o esvaziar das palavras São não razões que nos podem perder Nossas visões nas faces, nas costas e mãos Em espelhos multifacetados e equinócio febril O desvéu da matéria agoniza entre os verbos E uma palavra pode ser avessa ao reverso O mundo diverte-se com nossos olhos-sentir Escalando gargantas em gargalhada líquida Criando ao redor do corpo lagos e simulacros Peixes dançantes em excesso de sal E um gosto de coisas pré-sentidas O silêncio instiga o parto em gritos Ele tem a fome do estômago invisível Auto devora-se em palavras-labirinto Na dança o véu da noite deixa a vista Nosso calcanhar de Aquiles emancipado E correndo para o mar se recebe O abraço esfacelado das ondas Sereias e pérolas que nos escapam Iva Tai