Pássaro
Eu canto e se cantar por solidão
A rosa em mim floresce no silêncio
Ninguém perturbe a paz deste momento
Em cuja fantasia eu me transvio
Muito menos turve a água desta fonte
Que bebo para o instante inumerável
– Acaso sei de mim que transitório
Sustento um pé na terra outro no espaço
Sou, pássaro de pedra sou. Jamais
Neguei de expor ao sol meu corpo duro
– Tenho postura de animal correto
Falo também a mesma língua escrita
Irmão que sou de tua solidão
Oh navegante além da mesma rota
Adelmo Oliveira
Publicado em 2 de Março de 2009