De que eu nunca escrevi nada que preste, podem me acusar. Mas terão de resolutos concordar que vivi a vida pungente, e que ela sempre me ardeu (e arde) na medida total da minha existência. Não há uma lacuna sequer, onde eu possa me aliviar. Porque a vida é pra valer, porque a vida é pra levar. Desde sempre, resolvi escrever. Nada que preste, reconheço. Mas essa vida eu vivi, e não há que se negar. E é por isso que ela me arde. E é por isso que eu a conheço. Rita Cruz