o poema
O poema é fácil
difícil é inventar
sua metafísica de poema
veredas sinuosas
jogos de pretérito
ensimesmadas palavras
pela superfície do presente
rio caudaloso
sombra furtiva sobre sombras
cristal imerso na noite estrelada
reverberando sóis que o instante detém
em corrida perene
longe
para bem longe
próximo do sono e dos sonhos
luzes acesas são as palavras
refletidas na manhã que virá
branca, toda branca
noiva louca
sedenta e sem olhos
noiva branca
vestindo véu e grinalda
o poema
alma penada.
Paulo Garcez de Sena
Publicado em 16 de Junho de 2009