poesia
Para que me servem exércitos de canções
e o fascínio da poética sentimental ?
Para mim na poesia nada tem importância
a não ser os homens.
Quando souberes de que lixeira
saem os versos, sem vergonha,
como uma flor amarela na cerca,
como um cacto ou como um cogumelo.
Um grito de fúria, alcatrão com cheiro fresco,
bolor escondido na parede...
E a poesia já soa fervente, terna,
para a minha e a vossa alegria.
Anna Akhmatova, tradução Manuel de Seabra
Publicado em 4 de Julho de 2009