gentileza de Amélia Pais) Eu cantei, não o nego, eu algum dia Cantei do injusto Amor o vencimento, Sem saber que o veneno mais violento Nas doces expressões falso encobria. Que Amor era benigno, eu persuadia A qualquer coração de Amor isento; Inda agora de Amor cantara atento, Se lhe não conhecera a aleivosia. Ninguém de Amor se fie: agora canto Somente os seus enganos, porque sinto Que me tem destinado estrago tanto. De seu favor hoje as quimeras pinto: Amor de uma alma é pesaroso canto; Amor de um coração é labirinto. Cláudio Manoel da Costa