Ela vem como quem não quer Mas firma devagarinho Com promessas de mais crescer. Murmura umas distâncias remotas E joga meu olhar distraído Para bem longe daqui. Lá onde pontos de luz no horizonte Iluminam de prata o verde da grama E pingam na minha vida Uns lampejos que dançam irrequietos Nos olhos, nos vidros, no coração Na fantasia de um querer sem lógica. Ribomba nostálgico das profundezas O trovão do meu peito Alcançando estas novas mágoas Em águas que a ideia traz: É ela, é ela, cabelos molhados Súbito relâmpago de um corpo nu. Fábio Afonso de Almeida