O amor de agora é o mesmo amor de outrora Em que concentro o espírito abstraído, Um sentimento que não tem sentido, Uma parte de mim que se evapora. Amor que me alimenta e me devora, E este pressentimento indefinido Que me causa a impressão de andar perdido Em busca de outrem pela vida afora. Assim percorro uma existência incerta Como quem sonha, noutro mundo acorda, E em sua treva um ser de luz desperta. E sinto, como o céu visto do inferno, Na vida que contenho mas transborda, Qualquer coisa de agora mas de eterno. Dante Milano