Da luz, em dedos leves, pinceladas; da forma, em esboços breves, os contornos; do som, em ziguezague, pio e choro e latidos ao longe, longos laivos em matizes candentes. Tela e pauta. No incerto da hora me reclino e palavra a palavra, em arabescos deslizo no poema. Canto e calo. Imprecisa e transparente ficarei na sugestão de mim, enquanto aqui. E se alguém me reler, nesse momento terá que ouvir e ver, também atento, pelo vidro que sou, o que senti. Luísa Freire