(gentileza de Filomena Loureiro) Fui à praia, e vi nos limos a nossa vida enredada: ó meu amor, se fugimos, ninguém saberá de nada. Na esquina de cada rua, uma sombra nos espreita, e nos olhares se insinua, de repente uma suspeita. Fui ao campo, e vi os ramos decepados e torcidos: ó meu amor, se ficamos, pobres dos nossos sentidos. Hão-de transformar o mar deste amor numa lagoa: e de lodo hão-de a cercar, porque o mundo não perdoa. Em tudo vejo fronteiras, fronteiras ao nosso amor. Longe daqui,onde queiras, a vida será maior. Nem as esp'ranças do céu me conseguem demover Este amor é teu e meu: só na terra o queremos ter. David Mourão Ferreira