Poesia, saudade da prosa; escrevia "tu", escrevia "rosa"; mas nada me pertencia, nem o mundo lá fora nem a memória, o que ignorava o que sabia. E se regressava pelo mesmo caminho não encontrava senão palavras e lugares vazios: símbolos, metáforas, o rio não era rio nem corria e a própria morte era um problema de estilo. Onde é que eu já lera o que sentia, até a minha alheia melancolia? Manuel António Pina