As grandes Horas! — vive-las A preço mesmo dum crime! Só a beleza redime — Sacrifícios são novelas. "Ganhar o pão do seu dia Com o suor do seu rosto..." — Mas não há maior desgosto Nem há maior vilania! E quem for Grande não venha Dizer-me que passa fome. Nada há que se não dome Quando a Estrela for tamanha! Nem receios nem temores, Mesmo que sofra por nós Quem nos faz bem. Esses dós Impeçam os inferiores. Os Grandes, partam — dominem Sua sorte em suas mãos: — Toldados, inúteis, vãos, Que o seu Destino imaginem! Nada nos pode deter; O nosso caminho é de Astro! Luto — embora! — o nosso rastro, Se pra nós Oiro há de ser! ... Mário de Sá-Carneiro