(gentileza de Amélia Pais) Cada vez que vou escrever o poema perfeito, coisa que tento uma e outra vez, a mão põe-se a tremer e ataca-me o reumatismo e a esferográfica produz borrões. E quando estou tranquilo e se aplacou o reumatismo e a minha esferográfica escreve persistentemente, é a minha mulher que entra de dois em dois minutos a perguntar se terminei o supracitado poema. E quando por fim logro redimi-lo mediante dores e aflições faltam esse tremor, esse reumatismo, esses borrões que o perfeito tem, se é que existe. Halfdan Rasmussen