Onde a mente acaba
A palmeira, onde a mente acaba,
Para lá do último pensamento, ergue-se
Na distância do bronze,
Um pássaro de penas douradas
Canta na palmeira, sem sentido humano,
Sem sentir humano, uma canção estrangeira.
Então tu sabes que não é a razão
Que nos faz felizes ou infelizes.
O pássaro canta. As penas brilham.
A palmeira ergue-se à beira do espaço.
O vento move-se nos ramos lentamente.
Pendidas, oscilam as penas do pássaro ornadas de fogo.
Wallace Stevens, trad. João Ferreira Duarte
Publicado em 21 de Agosto de 2010