A palmeira, onde a mente acaba, Para lá do último pensamento, ergue-se Na distância do bronze, Um pássaro de penas douradas Canta na palmeira, sem sentido humano, Sem sentir humano, uma canção estrangeira. Então tu sabes que não é a razão Que nos faz felizes ou infelizes. O pássaro canta. As penas brilham. A palmeira ergue-se à beira do espaço. O vento move-se nos ramos lentamente. Pendidas, oscilam as penas do pássaro ornadas de fogo. Wallace Stevens, trad. João Ferreira Duarte