sou esta areia que se esvai
(gentileza de Amélia Pais)
sou esta areia que se esvai
entre o cascalho e a duna
a chuva de Verão chove-me na vida
sobre mim a vida que me foge persegue-me
e vai acabar no dia do começo
caro instante vejo-te
nesta névoa que se levanta
quando não tiver de pisar estas longas soleiras movediças
e viver o espaço de uma porta
que se abre e que se fecha
Samuel Becket, trad. Manuel Portela
Publicado em 23 de Agosto de 2010