O homem que inventou as rosas de plástico morreu. Reparem na sua importância: as suas flores imperecíveis e imaculadas nunca murcham mas resolutamente velam o seu túmulo através da escuridão. Ele não compreendeu a beleza nem as flores, que enredam os nossos corações em redes suaves como o céu e nos prendem com um fio de horas efémeras: as flores são belas porque morrem. A beleza sem o seu lado perecível torna-se seca e estéril, um palco abandonado com uma floresta de enganos. Mas a realidade dá razão à invenção deste homem; ele conhecia a sua época: uma visão do nosso tempo impiedoso revela-nos homens artificiais cheirando rosas de plástico. Peter Meinke, trad. Ricardo Castro Ferreira