Canto de Azul e de Verde
Canto
de azul e de verde e de verde e de azul
abertos ao deslumbre
dos olhos,
regaço
ao deslize do corpo.
Canto Leste,
mais forte,
Sudoeste,
meiguice
em salpico de ilhas
e clareza de sol
Canto Leste, no entanto, leva os ventos à fonte,
da magia e mistério.
Sudoeste, cercado
de antigos tesouros,
dorme paz de almadias
caravelas saveiros,
e desperta em tumulto;
motores e máquinas
gargalhando ao passado —
Canto azul, verde azul, esteirado
de branco,
espumado em silêncio
ao fermoso das quilhas.
Ildásio Tavares
Publicado em 12 de Dezembro de 2010