Eu bem sei Que rodo em muitas esferas E não sei Por onde me levas, poesia. Quando vou, E não encontro ninguém, Tenho medo do que sei: Um filho de sua mãe E seu pai, Ou algum longínquo avó, A quem um poeta sai. Será também o Deus da infância E a árvore sagrada De frutos proibidos, Na fragrância Com que rasguei meus vestidos E não retirei os ninhos... Enchi de rosas a terra E levo nas mãos espinhos. Afonso Duarte