A noite já nos espreita e permaneço esquecida à beira do meu destino. És tardo porque ignoras que vivo do que adivinho. Repele a palavra esquiva não te cubras de distância, estende um lenço, um soluço, troca teus olhos de ausente por dois claros de esperança. E vem, que te aguardo ainda nesses linhos de aconchego, em braços de puro embalo, em plumagens de mornura, em claras nuvens de espuma. Enquanto não me descobres me perco em falas menores, me reparto sem vontade, tropeço pedras amargas, naufrago secretos mares. Lara de Lemos