(gentileza de Amélia Pais) Flauta da noite que se cerra, Presença líquida de um pranto, Todos os silêncios da terra São as pétalas do teu canto. Espalha teu pólen na alfombra Do catre que por fim te acoite Mel de uma boca de sombra Como um beijo na boca da noite E pois que as escalas que cansas Nos dizem que o dia acabou, Faz-nos crer que os céus dançam Porque um cego cantou. Marguerite Yourcenar, trad. Mário Cesariny