Agrada à vista e à fantasia agrada Ver-te, através do prisma de diamantes Da chuva, assim ferida e atravessada Do sol pelos venábulos radiantes... Vais e molhas-te, embora os pés levantes: – Par de pombos, que a ponta delicada Dos bicos metem nágua e, doidejantes, Bebem nos regos cheios da calçada... Vais, e, apesar do guarda-chuva aberto, Borrifando-te colmam-te as goteiras De pérolas o manto mal coberto; E estrelas mil cravejam-te, fagueiras, Estrelas falsas, mas que assim de perto, Rutilam tanto, como as verdadeiras... Raimundo Correia