Não quero o mundo Nas minhas mãos Nem as palavras enganosas Muito menos as esperanças Que não são as minhas Não quero esse caminho Essa estrada está viciada E anda em espiral Sem braços que me agarrem Não quero ser tudo Prefiro ser sempre nada E não esperar as verdades E as mentiras Ambas iguais Não quero Não quero Estar parada no absurdo Que sempre fui Esse produto inacabado Podre Vazio de alegria E crença Esta é a minha dor A de existir Ter pernas e braços Olhar e esperar sempre a olhar O que nem sei se quero Ou se sei É o sabor do vento quente que quero As asas das aves flutuantes Perder o rumo dos dias Das horas E não ser nada Uma partícula Talvez De coisa nenhuma E que ninguém saiba Bibi Pereira