Se me sentasse agora no teu olhar, podia ver as aves, os incêndios incontroláveis, as tempestades e todas as forças que não nos pertencem. Porém tu corres e a tua velocidade é a tua certeza mais clara, levas os restos dos meus cabelos, os meus olhares escondidos, as histórias mais incríveis que me contaste. Pressinto o tempo que há-de vir e que começa no teu rosto. E na tua ausência. E se um verão vier e entrar na minha casa, hei-de aproveitar a luz das manhãs e mudar para a janela a jarra de malmequeres e estender o olhar ao sol. Hei-de descobrir que a luz tambémé redonda. Bibi Pereira