Por um rosto chego ao teu rosto, noutro corpo sei o teu corpo. Num autocarro, num café me pergunto porque não falam o que vai no seu silêncio aqueles cujo olhar me fala da solidão. Esqueço-me de mim. Tão quieto pensando na sua pouca coragem, a minha sempre adiada. Por um rosto chegaria o teu rosto, mesmo de um convite ousado fugiria, esta mão conhece-te e desenha no ar o hábito por que andou antes de saíres do espaço à sua volta. Estás longe, só assim podes pedir algumas horas aos meus dias. Sem fixar a voz a tua voz é uma corda, a minha um fio a partir-se. Helder Moura Pereira