Tu ficaste ausente E na tua ausência Nada ocorreu As coisas Não aconteceram Não houve o café Ninguém sentou a mesa Para conversar Ninguém abriu a porta da sala Para as visitas Tudo ficou silencioso e mudo Os móveis ficaram Cobertos de pó e solidão Os tapetes se recolheram As flores deitaram mais cedo E o livro aberto na escrivaninha Ficou por ler Não existiram passos no corredor Nem riso nem choro Tudo ficou ausente e suspenso Calado e retraído A noite não se fez Ficou vazia e caída As tardes não aconteceram Foram apagadas ou riscadas A madrugada ficou por fazer Como teias inacabadas das aranhas Alex Zigar