poderemos,um dia,amar estas vitrinas como quem ama uma ideia imperdoável, ou uma breve hesitação dos condutores a meio do percurso? quero dizer, estaremos vivos para o desbotar destas folhas de plástico que brilham uma vez cada noite; e para o assobio das nuvens ao passar sobre a roupa? ou, fechando a gaveta, engoliremos o receio destes bolos roubados na prateleira de água? ou será este o dilema que nos propõem as minuciosas escavações telefónicas? são questões ignorantes, delas depende o rumo dos grandes navios japoneses à entrada da doca. António Franco Alexandre