O tigre ignora a liberdade do salto é como se uma mola o compelisse a pular. Entre o cio e a cópula o tigre não ama. Ele busca a fêmea como quem procura comida. Sem tempo na alma é no presente que o tigre existe. Nenhuma voz lhe fala da morte. O tigre, já velho, dorme e passa. Ele é esquivo, não há mãos que o tomem. Não soa, porque não respira. É menos que embrião abaixo do ovo, infra-sémen. Não tem forma, é quase nada, parece morto. Porém existe, por isso espera. Epopeia, canção de amor, epigrama, ode moderna, epitáfio, Ele será quando for tempo disso. Arménio Vieira