Depois das folhas terem caído, regressamos A um sentido simples das coisas. É como se Tivéssemos chegado ao fim da imaginação, Inanimados num inerte savoir. É difícil até escolher o adjectivo Para este frio vazio, esta tristeza sem causa. A grandiosa estrutura tornou-se numa casa menor. Nenhum turbante caminha através dos soalhos degradados. A estufa nunca precisou tanto de tinta. A chaminé tem cinquenta anos e está inclinada para um lado. Falhou um esforço fantástico, uma repetição Numa repetitividade de homens e moscas. Contudo a ausência da imaginação tinha Ela própria de ser imaginada. O lago grandioso, O seu sentido simples, sem reflexos, folhas, Lama, água como vidro sujo, expressando silêncio De certo tipo, silêncio de um rato saindo para ver, O lago grandioso e a sua imensidade de nenúfares, tudo isto Tinha de ser imaginado como um conhecimento inevitável, Exigido, como uma necessidade exige. Wallace Stevens, trad. Luísa Maria Lucas Queiroz de Campos