(gentileza de Amélia Pais) às vezes falo na linguagem escondida dos pássaros. de uns que talvez não existam e eu só saiba sonhar. problema meu, claro,que ninguém me entende. deixo de te entender também e ouço-te piar intermitências de um discurso humano absurdo. às vezes falo na linguagem secreta que convém à solidão apenas, nada mais.em desespero de causa, procuro o entendimento nuns olhos, os quais construo como ninhos.chego a guardar por lá ovos. como se algum (in)certo dia esses ovos pudessem simplesmente não quebrar ,nascer asas, voar comigo. um dia, hei-de ver filhos de olhos que os meus escolheram. e esse corpo verde há-de ser a minha casa. uma grande árvore com braços. e quem sabe...um pé no mar. Maria Alexandra Cruz Mendes Nota: bold da responsabilidade do modus vivendi, por afinidade electiva