Solitária, a Poesia percorre a Terra. Sua voz possui as notas da dor do mundo. Ela nada pede, sequer palavras. Vem de longe, jamais avisa a hora de sua chegada: suas são as chaves da porta. Entra. Olha-nos profundamente. Depois, suas mãos se abrem: Entrega-nos uma flor, um seixo? Algo secreto, tão intenso que o coração dispara. Então, despertamos. Eugénio Montejo, trad. Sandra Baldessin