Quando pela primeira vez olhei uma pintura verdadeira dei alguns passos atrás instintivamente sobre os calcanhares procurando o local exacto de onde pudesse explorar sua profundidade. Foi diferente com as pessoas: Construí-as, amei-as, mas não cheguei a amá-las plenamente. Nenhuma chegou tão alto quanto o tecto azul. Como numa casa inacabada, parecia haver uma folha de plástico por cima delas, por vez do telhado no princípio do outono chuvoso da minha compreensão. Luljeta Lleshanaku, trad. João Luís Barreto Guimarães