A todos os que nas noites tempestuosas das revoltas procuram uma lua infantil aos que já não tinham tempo, aos que foram esquecidos na doçura do sono quando todos nos tinham abandonado aos espelhos onde nos fitámos, aos mares que não navegaremos aos caminhos que percorremos apaixonados e a que talvez não tenhamos voltado ao destino, à bela juventude, aos viajantes (e eu, aonde ia? e era assim tanto o que pedia? Mas agora é tarde - tempo de partir) às aves de arribação, às locomotivas a vapor que se cansaram e se viraram de lado para dormir às espigas que a luz ilumina, às raparigas que despem a saia para entrarem no céu às cartas de um anjo para um menino, aos que se atrasaram, aos que nunca voltarão à mulher que deita as cartas, ao velho que chora à Odisseia que vive o poeta ao escrever o mais pequeno poema ao instante luminoso que viveu um homem vivendo uma vida inteira... Tasos Leivaditis, trad. Manuel Resende