Salto para a plataforma do comboio e digo adeus. Adeus, Verão. Mas já sinto saudades Da datcha onde o martelo soa. Fecham a minha casa de madeira. Adeus. As árvores perderam já as folhas E agora, nuas e tristes, São como um acordeão sem música. E nós, nós também somos estranhos, partimos, como se fosse assim determinado, do ergo, das mães e das mulheres, assim tem sido sempre assim será. Adeus, Mãe, começasa ficar já transparente à janela, como num casulo. O dia extenuou-te, certamente, e só nos resta descansar. Amigos e inimigos, good-bye! Em breve, quando soar o silvo do comboio vocês, aí, vão ficando para trás e eu vou-me afastando de vocês. Despeço-me da terra. Serei talvez estrela ou salgueiro branco, mas não irei chorar, não sou nenhum pedinte. E agradeço à vida que passou. Nos campos de combate, tentei matar, poupando as munições, mas não fui capaz e pela terceira vez digo obrigado, porque entre as pás transparentes a vista penetrava como um punho de sangue em luvas de borracha. Andrei Voznessensky