essa quimera palpável, esse recanto sombrio, essa descida precisa, às pressas, às tais crateras da satisfação, as sobras desses vínculos, que são? esse instante inatingível, essa fresta na fronteira do olvido, esse filme-fim, essa vírgula perdida, à-toa, na imensidão, esse conchavo, que são? e mais além e pra sempre... é verdade sim: mentimos de acordo com nossa carne, esse acúmulo de sonhos, esse tumulto de tédios, esse eclipse de sinapses, e o que foi e ainda mais... porque pesávamos tempos, não tínhamos sequer Ítaca pra regressar, nem saídas desses labirintos íntimos, vivíamos a exceção: o amor-mor, desafiando o infinito de uma folha em branco, essa trajetória do existir, a alegre fonte mágica, essa descoberta: o lance da poesia. Adriano Nunes