Quando Goethe punha a mão direita – segurando a pena – sobre uma página, os deuses fixavam-no, temendo que, ao escrever, porventura lhes roubasse a sua língua, na qual cada coisa tem um nome vedado aos mortais. E quando se punha em pé, com a cabeça inclinada, as deusas despiam-se das suas túnicas e dos seus longos pendentes para que as cantasse pelos seus nomes. Ángel Crespo