Quando ficas sozinho
(gentileza de Zeferino Silva)
Quando ficas sozinho, és espelho
Do que foste:
uma manhã
contemplada da janela entreaberta
da varanda; alguns passos
harmoniosos que não seguiste
para não derramar teu prazer;
umas quantas palavras
que te mudaram mais que o tempo;
um olhar que se afogou
como luz em tuas veias;
uma viagem que não querias
terminar nunca; tua alma ausente
do que te esperava
ao ficares sozinho.
Ángel Crespo, trad. José Bento
Publicado em 8 de Janeiro de 2012