Virá o tempo quando exultante hás de saudar-te ao chegar, em teu espelho, e cada qual retribuirá sorrindo a saudação do outro, e dirá, senta-te aqui. Come. Amarás de novo a quem te era estranho: a ti mesmo. Dá vinho. Pão. Teu coração de volta a si mesmo, ao estranho que toda a vida te amou, que, por causa de um outro, desconsideras, quem te conhece de cor. Pega as cartas de amor na estante, As fotos, as anotações desesperadas, Descasca do espelho tua imagem. Senta-te. Refastela-te com tua vida. Derek Walcott, trad. Nelson Archer