Ai estas mãos
Ai estas mãos
Ai caramba estas mãos estes calos
Não parecem envelhecer,
a linha não parece acabar
Ai lluis Llach
Ai Roses Blanques ai Onades
Ai Moustaki ai Mercedes
Ai caramba meus velhos querida velha estas linhas não têm fim que eu saiba
E o tinto por tinto e a Bretanha e outros que tais
não chegam ai não chegam
Quanto ao talento, essa promessa tão antiga
não chegou nunca
(basta ler Tolstoi, esse antigo proprietário)
E não bastaria
que ser simples
e feliz
não é questão de garrafa antes fosse seria rico
sempre era uma vantagem
E o destino não existe
Não me queixo
a austeridade também se aprende
Sei lá onde acaba esta linha
Não há mas
nem campainhas
nem pontos nem vírgulas nem acordos
Estas mãos são o que são
Enfim tudo e nada
Soubesse eu escrever de novo e tudo corria melhor
Enfim...
Suponho
Rui A.
Publicado em 3 de Fevereiro de 2012