Carta para Quinta Npaca e não só
Quando uma pomba das asas se liberta
Uma pomba com bico ainda e olhos grandes, dois
(belíssimos, de resto, os olhos grandes desta pomba)
Imagine quem possa a imagem, o deslizar, o esforço e a viagem
Não é fácil – mas pouco do que verdadeiramente importa pode ser fácil
- assim dizem os estóicos e muitos malabaristas
Tão pouco importa à pomba muito do que se vê no retrato
A pomba quer, sobre tudo, recato
- e olá se o merece
Não façam pois luto não preparem mortalhas
Parem um pouco do trânsito que vos vai nas almas
Amanheçam a noite, se puderem
Caminhem nas águas, trocem das estátuas, sempre
Amem e queiram a pomba – até ao fim, dos dias
Rui A.
Publicado em 29 de Março de 2012