Quando
Quando dos ventos passa a bruma
Quando da bruma ficamos nós
cheios de poeira, essa coisita tão difícil de medir
cheios das beatas deste nosso tempo
Enfim nós, feitos areia - e há-a de tantas qualidades
(preocupante factor, esse da incerta variedade)
Quando deste tempo que nem sempre queríamos nosso
nos fica o osso e apenas oosso
Quando nos ventos passa o tempo e passa a bruma
chama a bruxa se não tiveres mãe
chama do que foi o que ainda vem
Mas nunca qualquer polícia – não percas discernimento
que nisto das dúvidas e do ignaro há que ter
algum cuidado
Rezam as sortes que até poderás não estar só
esta batalha é tão comum
nada mais oblíquo que o conceito de companhia
nada mais incerto que bastares-te a ti próprio
Mas estás e estarás lá ou aqui, isso é mais que certo
com mais ou menos mérito
depois dos ventos
e da tão citada bruma
e ainda, além disso, e também,
com alguma evidência(uma vez mais)
de todas as coisitas
que fazem nosso
o nosso tempo
Tantas e tantas vezes alguém disse isto:
No fim ficamos nós
Quem dera seja claro o dia
Rui A.
Publicado em 15 de Abril de 2012